Grande parte do desenvolvimento cognitivo humano ocorreu em um contexto primitivo, quando nossos antepassados eram caçadores, coletores, observavam, aprendiam com a natureza e produziam ferramentas. Até os dias de hoje o cérebro segue as diretrizes da selva, mas a selva de hoje é a de pedra.
O estresse do qual herdamos da época primitiva tinha a função de adaptar o funcionamento fisiológico para as mudanças ambientais, era imprescindível para a performance e sobrevivência. Atualmente o estresse ainda é fundamental, mas a demanda exigida pelo ambiente manipulado acaba passando do limite orgânico. Além do estresse, o cérebro ainda funciona pela diretriz do melhor funcionamento é aquele que tem menos gastos de energia, basicamente é repetição e generalização, são funcionamentos automáticos que não se adaptam muito bem para as situações novas apresentadas no cotidiano atual, esse padrão acaba limitando, estagnando na mesma resposta e trazendo sofrimento pessoal.
As novas abordagens seguem alinhadas com a neurociência e objetivam levar o cliente ter consciência sobre o próprio padrão de funcionamento cognitivo, encontrar a disfuncionalidade geradora de sofrimento e refletir sobre respostas alternativas que possivelmente terão consequências mais felizes. Esse é o processo de metacognição, que por meio de ferramentas e técnicas é ensinado ao cliente o “refletir sobre o próprio pensamento” sair da repetição, olhar todo o contexto, estimular novos comportamentos e novos elos neurais pela via do aprendizado.
A cada novo comportamento emitido significa que no cérebro novos neurônios se associaram. Então cada aprendizado novo, mais arranjos neurológicos são realizados, a arquitetura neural muda dando ao sujeito alternativas de respostas e maior a capacidade de adaptação as demandas específicas do ambiente.
Desta forma, o conceito de saúde mental está diretamente associado a flexibilidade cognitiva e quantidade de ligações neurais que podem ser feitas. Treinar para armazenar uma gama variável de respostas é elevar o desempenho cognitivo, mantém o cérebro ativo e suas funções intactas além de aumentar as respostas de adaptação podendo adequar as especificidades da situação e aumentar a probabilidade de assertividade.